Terminou na noite de quarta-feira (11), em Fortaleza, o 9º Encontro da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+ Brasil). Ao longo de três dias, aproximadamente 100 pessoas, sendo 66 delegados, debateram os desafios e caminhos para o fortalecimento desta rede, que neste ano completou 28 anos. Os participantes votaram propostas que compõem o documento político, construído a partir das discussões do evento.
A carta traz recomendações que nortearão os passos do movimento social nos próximos dois anos, como por exemplo, a defesa de uma linha de cuidado em saúde mental para pessoas vivendo com HIV/aids. O coletivo quer a oferta de serviços de cuidado integral, individualizado e singular, como a acesso a especialidades de neurologia, pneumologia, endocrinologia, ginecologia, psiquiatria, principalmente para usuários com maior agravamento do quadro de saúde e com comorbidades e coinfecções.
No encontro, o coletivo se comprometeu a cobrar do governo um olhar especial para as pessoas que abandonam o tratamento e os esquecidos pelo sistema de saúde.
Levando em conta que a aids é uma doença socialmente determinada e a fome é uma realidade no país, a RNP+Brasil destacou que vai buscar parcerias com instituições e órgãos governamentais para distribuição de cesta básica para que as pessoas vivendo com HIV e aids tenham segurança alimentar e nutricional.
“Vamos continuar atuando fortemente em defesa dos direitos de quem vive HIV e aids e pelo fortalecimento do movimento brasileiro de pessoas vivendo, com uma agenda comum entre as quatro redes”, disse Vando de Oliveira, Secretário Político da RNP+Brasil.
Na linha da comunicação, a RNP+Brasil se comprometeu com a produção de um documentário com a história do ativismo em HIV/Aids no Brasil. Eles querem ainda um memorial para reunir histórias da Rede.
O texto destaca a importância da defesa ao Sistema Único de Saúde, da incorporação de novos medicamentos para o tratamento anti-HIV e traz propostas na luta contra o preconceito e o estigma às pessoas que vivem com HIV e aids e seus entornos sociais.
Além da aprovação do documento final, a plenária votou e aprovou moções. Eles escolheram o Espírito Santo para sediar o próximo evento, em 2025.
Também foi apresentada a nova Secretaria da RNP+Brasil. Vando Oliveira continua a frente da secretaria política, Paulo Giacomini foi eleito para a secretaria executiva e Vanessa Campos ficou com a Comunicação.
A nível nacional, o grupo elegeu as ativistas Jaciara Pereira e Greyce Jhones para representar a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids na CAMS (Comissão de Articulação com Movimentos Sociais em HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis). João Cavalcante foi escolhido para o Grupo de Trabalho no Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (GT-Unaids) e José Cândido e Jaime Marcelo, titular e suplente, respectivamente, participarão da Cnaids (Comissão Nacional de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais).
Do Pará, o ativista Cledson Sampaio foi referendado pelo coletivo para o término de mandato no Conselho Nacional de Saúde. Ficou decidiu ainda que o representante no Comitê Técnico Assessor sobre Antirretrovirais (CTA) será o ativista Diego Rafael Batista, de Minas Gerais.
Leia aqui o documento final na íntegra
Talita Martins (talita@agenciaaids.com.br)
Fonte: Agência de Notícias da Aids
