Um comparativo entre os anos de 2020 e 2021 mostrou que o Amapá registrou quase 1 caso de HIV, vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Humana (do inglês “Aids”), por dia. Foram 338 novos registros de HIV/Aids ao longo dos 365 dias do ano passado contra 268 no ano anterior, resultando no aumento de 21% nos diagnósticos da doença.
Os dados são do Serviço de Assistência Especializada e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e alertam que 62% do público infectado em 2021 são homens entre 21 e 30 anos.
Os testes para detectar a doença podem ser feitos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e os pacientes com resultado positivo são encaminhados para realizar o acompanhamento no SAE/CTA, localizado na Rua Jovino Dinoá, no Centro de Macapá, próximo ao Banco de Leite Humano (BLH).
Viver com o HIV é diferente de ter Aids. Além disso, a infecção pelo HIV não é só uma questão de saúde, mas também reflexo da falta de acesso à educação, da discriminação e violência.
Na unidade referência para tratamento de HIV/Aids são ofertadas consultas, medicamentos e exames que conseguem analisar a carga viral no sangue do paciente e avaliar o sistema imunológico para descobrir o que levou à contaminação e transmissão.
“Reforçar a prevenção através de ações de conscientização é fundamental para que essa ideia fixe socialmente. Precisamos sempre abordar e trabalhar na disseminação da importância da prevenção por meio do preservativo”, frisou a coordenadora do SAE/CTA, Virginia Moreira.
Transmissão
A principal forma de transmissão do HIV é o sexo sem preservativo. Qualquer relação sexual desprotegida está suscetível à contaminação pelo vírus, que pode levar à AIDS.
Outra forma é em contato com o sangue infectado, que pode acontecer através do uso de seringa por mais de uma pessoa ou de instrumentos cortantes não esterilizados.
A gestante com HIV também pode transmitir a doença para o filho durante a gravidez, no parto ou na amamentação com o leite materno infectado (transmissão vertical).
Sintomas
O vírus apresenta diversos sintomas no corpo humano e que podem ser atribuídos a outras enfermidades, o que torna difícil descobrir a doença sem realizar o teste.
Febre baixa, perda de apetite, perda de peso, dor de cabeça, cansaço excessivo, garganta inflamada, dores nas articulações, diarreia e sudorese noturna estão entre os sintomas mais comuns da infecção por HIV, segundo a Sesa.
Prevenção
Além de todos os métodos que já sabemos, como o uso de preservativo, o uso de medicamento com acompanhamento médico também é uma forma de diminuir os riscos de infecção após ou pré exposição sexual – ou em ambiente de trabalho.
A recomendação é que a profilaxia Pós-Exposição (PEP) seja feita nas primeiras duas horas após a exposição, e no máximo, até 72 horas após o contato de risco. A duração do medicamento é de 28 dias, e esse processo deve ser acompanhado sempre por uma equipe de saúde.
Já a Profilaxia Pré-Exposição HIV (PREP) é um medicamento preventivo para o HIV
Após esse processo, o paciente precisa continuar fazendo o acompanhamento. O método diminui em 100% as chances de desenvolver o HIV.
Em casos de menores de 12 anos e gestantes, o atendimento é feito no SAE/CTA, localizado na Rua Jovino Dinoá, número 204, de 8h às 12h e de 14h às 17h.
Os medicamentos para profilaxia pós-exposição estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Lélio Silva, Rubin Aronovitch, Marabaixo, Perpétuo Socorro, Marcelo Cândia e Bailique (Vila Progresso).